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Estudos do DECOPE indicam necessidade de investimentos e recuperação do frete. O Departamento de Custos Operacionais e Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE) recomendou, em fevereiro deste ano, que os usuários de serviços de transporte de cargas revissem a política de contratação de fretes rodoviários. As empresas que operam neste setor vinham obtendo margem insuficiente para bancar o aumento na complexidade das operações e os investimentos necessários para garantir o futuro. O DECOPE alertou as empresas, pois a situação comprometeria, em curto prazo, o suprimento das demandas da indústria e do comércio. Na ocasião, a necessidade de recuperação foi estimada em 18%. Desde então, a maior parte do mercado tem se mostrado compreensivo com as necessidades das empresas transportadoras, mas de forma insuficiente, prova disso é que ainda não se vislumbrou no setor a esperada recuperação de margens que a medida pretendia, por diversas questões: os percentuais de repasse aos fretes foram, em muitos casos, inferiores aos valores solicitados; houve significativa elevação nos custos das empresas em razão de perdas na produtividade, devido a fatores como restrições à circulação nos grandes centros, barreiras fiscais e ações de fiscalização nos terminais das empresas, questões trabalhistas, dentre outros. Como se não bastasse, os custos operacionais de março a julho, apurados pelo índice INCT (Índice Nacional de Custo de Transporte) acumulam alta de 5,5% neste período. Por conta desse cenário, estima-se que ainda persiste no mercado uma defasagem de pelo menos 5%. Esta, somado ao INCT do período, aponta na direção da necessidade de um repasse aos fretes, em caráter de urgência, de 10,5%. Por outro lado, o DECOPE verificou que muitos usuários ainda não remuneram adequadamente o transportador com relação a custos e serviços adicionais, não contemplados nas tarifas normais. Enquadram-se nesta categoria: o elevado tempo de espera para realizar carga e descarga (TDE), os serviços de paletização e guarda/permanência de mercadorias, uso de escoltas e planos de gerenciamento de risco customizados, o uso de veículos dedicados, dentre outras. O que acontece, muitas vezes, é que os custos com esses serviços acabam sendo superiores ao próprio frete arrecadado, o que torna a situação injusta e inaceitável, que precisa ser equacionada entre as partes. Próximos ao período de final de ano, onde as demandas crescem e os gargalos logísticos se estreitam, é recomendável que contratantes e transportadores, dentro dos principios do livre mercado, encontrem o equilíbrio em suas relações comerciais, sob pena de novamente se verem diante de situações de difícil e onerosa solução em suas operações. Publicado por: NTC&Logística